Apesar das inúmeras tentativas, tem sido particularmente difícil estabelecer um grupo regular de prática no Brasil. O principal motivo se explica que o monitor não vive de artes marciais, pelo contrário, possui horário restrito pelo seu trabalho.

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Outro motivo é que, ao contrário de artes marciais que não utilizam armas, onde apenas o corpo, boa vontade, e um espaço são necessários, na prática do jogo do pau português ou esgrima lusitana precisamos de um estoque de paus que baste para a nossa prática, assim como um espaço amplo e de teto alto (e não qualquer espaço) para que possamos rotacionar o pau. Caso queiramos ser ultraortodoxos, a prática já se torna impossível visto que não há como conseguirmos os paus de lódão aqui no Brasil, e exportar é caro; como o mais importante é treinar, e não podemos deixar o excelente ser inimigo do bom, é possível apelar para várias alternativas como outras madeiras e até mesmo plásticos como o polipropileno que já é utilizado pelos praticantes de kali silat (arte marcial filipina), mas isto também custa dinheiro. Por mais que nossa função não seja ganhar dinheiro através de "franquias marciais" (as quais chamo carinhosamente de McDojô), também não é justo que o monitor - que já se propõe a voluntariar-se fique em grande prejuízo. Não nos esqueçamos que o pioneirismo é difícil, e para que se desenvolva é necessário tanto viagens nossas para Portugal, como pagamento de despesas de agentes de ensino portugueses para cá. Novamente, tudo isto custa dinheiro, e nada está pronto no sentido de "Venha treinar, compre o uniforme, pague sua mensalidade, receba sua graduação". Caso alguém de Santos ou Baixada Santista, pessoa física ou entidade, que possa nos ceder um lugar e um horário, mesmo que seja duas horas em um dia de fim de semana, já seria ótimo.

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Por fim, muitos brasileiros que nos procuram são de cidades distantes, além de argentinos. O monitor se coloca à disposição para viajar para qualquer lugar em sua disponibilidade de tempo, inclusive sem cobrança das aulas em si, mas que o deslocamento e a alimentação sejam cobertos assim como disponha material (paus) para o grupo requerente. Porém, a imposição da realidade objetiva afasta o interesse de muitos.

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Neste sentido, quero dizer que estamos desde agosto de 2018 até agora, novembro de 2019, entre avanços e recuos à estaca zero. Mas não desistiremos, pois, se fosse fácil não seria para nós, não é mesmo?